Estudo da UFRN mostra como o mosquito da dengue escolhe locais para desova
Pesquisa da UFRN confirmou uma interação entre o risco de predação e a disponibilidade de alimentos, além de suas consequências para o comportamento reprodutivo da espécie de mosquito Aedes aegypti. O trabalho, desenvolvido por docentes e discentes associados aos Departamentos de Ecologia (Decol) e de Microbiologia e Parasitologia (DMP) da UFRN, foi divulgado na revista Hydrobiologia, disponível na Springer Link. O trabalho revelou que as fêmeas do mosquito podem detectar sinais químicos de peixes predadores e combiná-los com a disponibilidade de alimentos. A partir disso, a mãe decide onde pôr ovos de acordo com o risco de mortalidade dos filhotes e o potencial de crescimento de uma nova geração. Essa inclinação, contudo, desapareceu na presença de sinais químicos de peixes como o da espécie peixe-barrigudinha (Poecilia vivipara), utilizado como potencial predador do Aedes aegypti. O estudo demonstrou que a escolha do ambiente não é aleatória, mas baseada em mecanismos que possibilitam que a fêmea do mosquito realize uma avaliação da qualidade do local de oviposição, conforme a sobrevivência e o crescimento de sua prole. O estudo é resultado do trabalho de Jane Larissa de Melo Custódio, Jean Patrick da Silva Jorge e Jaqueiuto da Silva Jorge, do Decol/UFRN; além de Renato César de Melo Freire e Paula Blandy Tissot Brambilla, do DMP; e Rafael Dettogni Guariento, do Laboratório de Ecologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). A pesquisa foi liderada pelos pesquisadores Adriano Caliman e Luciana Silva Carneiro do Decol. O experimento O experimento foi realizado em gaiolas cobertas